Quis regar a vida
Mas só a regrou
Tão pouco fez
Tão pouco gerou
A casa de palha,
De tão pobre, voou
E tu que não tinha abrigo
Sozinho ficou.
O escuro não tinha resposta
Sobre “por que a luz apagou?”
O teu teto se desfez
Sua vida estagnou
Tudo é confuso porque
Aquele jovem filosofou
Perdeu-se na mata
As ideias velhas, pois abortou
Redondilhas não quer mais
Isso ele largou
E cantos de contrários
Ele pediu, e Deus abençoou.
Vai que com os passos largos
O silêncio ele abocanhou
E se o que cresceu
É fruto do que regou
Medo teria dona Zá
Que sem dó nem piedade, desconfiou
Que a bondade de seu Inácio
Em rosas espinhentas desabrochou
Aquela nova casa de palha enfim se desfez
Refazer a vida ele jurou
Tua nova vida poderia ser bela
E dona Zá o acalentou
Teus medos de vermes imundos voltaram
E ele se acovardou
Como rir poderia ao nascer
Se erros tantos acumulou?
Teus poros eram frutos
Que seu Inácio aumentou
E se tu leu isso tudo
E nada para ti, tirou
Tempos são perdidos
E nada devolvidos
Ele era eu, que ouvia
Tantos passos, poderia
E rimas desconcertadas cria
E nada diz ao leitor.