O vento trazia paz
A alma se inundava da paz.
Aquela paz que seu corpo respira
E transpira
E você pira.
Você volta,
Mas nada te traz de volta
Porque você já mudou
E nada se encaixa fácil
Não novamente
Não dessa vez.
Porquê dessa vez tudo mudou
Nada tem sentido
Já que o vento veio
E trouxe aquela paz.
Mas que paz filha da puta.
Por que fazer isso com ele?
Ele sempre fora um bom moço…
Acordava com o gritar do sol
E dormia com o raiar da lua
Seguia uma rotina
Seguia a razão.
Mas por que esse vento trouxe essa maldita paz?
Essa não é do tipo de paz que te enche de coisas boas
Só te enche de perdas
Perda de memória
Perda de vida
Perda de alegria
Perda de perdas.
Mesmo que a paz lhe traga um autoconhecimento
Uma autoafirmação
Mesmo que essa paz tenha nome, sobrenome e endereço fixo.
Ela não é fixa
Não dentro dele.
Nada dentro dele é fixo.
E essa paz grudou ali na alma dele.
E nem a descola mais forte foi capaz de tirar a paz dali
Ele se sente como um estrangeiro dentro de si mesmo
E como pode?
Mas que paz filha da puta.